Prometo que darei um tempo aqui com essa "macarronada" toda que andou pintando em alguns posts nos últimos tempos. Mas hoje vou falar de outra massa, a pizza nossa de cada dia (ou pititica como diz minha tia Z., ladiminasss).
Como se não bastasse amar comer e estar uns bons quilos acima do que almejo, os céus me sabotam e colocam uma pizzaria tradicionalíssima (com uns quarenta anos de existência) bem em frente ao meu prédio.´
Durante todo o dia tem movimento de entrega de mercadoria e o negócio vai criando vida. Às seis de la tarde começa a subir um cheirinho delicioso de massa assando. Resolvo fechar a janela pra espantar a tentação gordurinha e o telefone da bendita, pintado no muro em letras garrafais e vermelhas como o demo, me chama, me chama em um apelo Lobão felllings (Aonde está você? Me telefona... Me chama, me chama, me chama...).
Tento enganar meu estômago, que não é bobo nem nada, e pensar em outras coisas. Qual o quê? Vira e mexe estamos nós, dedinho ao telefone já adiantando o pedido para só atravessar a rua e trazer para comer em casa porque, minha gente, desde que Teteco se emancipou dos joelhinhos se arrastando pelo chão, não somos uma família digna para frequentar um "restorante" de respeito...rá.
À meia-noite, mais ou menos, o último garçon vai embora em seu fusquinha barulhento. É um ciclo se fechando com o cerrar das portas e o popopó do fusca. Nem preciso de relógio para conferir a hora.
Eu amo esse cotidiano da cidade, que mesmo sendo expressiva, consegue manter as caracteristicas do interior porque todo mundo ao entorno se conhece, a dona da quitanda entrega em casa, a padaria também. E me sinto muito em casa e bem confortável por coisinhas assim que a gente às vezes só consegue dar o devido valor quando as perde.
E, às segundas, quando a pizzaria não funciona ou nas férias coletivas, no descanso do carnaval, como que a danadinha nos faz falta. Tanta que no primeiro dia da reabertura já apareço por lá com a necessidade de uma órfã abandonada.
A última vez que nos refastelamos com a pizza foi no finde, com os "titieeess" cridos:
Meia Siciliana, meia calabresa. Bom ao infinito.
Beijos. Inté.